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Amazing Grace




Nesses últimos tempos, nos quais a sensibilidade se mostra cada vez mais onipresente, a música Amazing Grace seja, talvez, a maior afirmação disso. Ela como a sua letra afirma, emerge, de tempos em tempos, para reparar as arestas e colocar tudo e todos nos devidos lugares.


Logo, após o primeiro mês de quarentena, quando a Europa se assombrava com o pesadelo da doença e, aqui, ainda engatinhávamos com a ideia da reclusão, surgiu no calendário, um compromisso inadiável, o feriado da Páscoa.


Dentro do possível, aqui de casa visando uma Páscoa menos traumática, nos preparamos previamente com o costumeiro bacalhau espiritual e, claro, com os ovos de chocolates. Durante aqueles dias de preparação, soubemos também da apresentação de Andrea Bocelli em Milão e pensamos que aquele evento, talvez, pudesse suprir um pouco aquele vazio.


À mesa enquanto almoçávamos, surgiu na TV, a nave do Duomo, piano e voz tomavam o espaço e conquistavam de leveza, música a música, também, os nossos corações. Como o último ato daquela apresentação, Andrea saiu sozinho pela porta da Catedral e diante de uma Milão de joelhos e de uma Europa silenciada, apenas presenteou o mundo com ela, a retumbante Amazing Grace.


Logo depois de um hiato, dias atrás, uma outra visita inusitada aconteceu, mais precisamente, em um corte do documentário Becoming de Michelle Obama. Ali, Amazing Grace surgiu de sobressalto quando o mundo e todos esperavam as condolências por parte do Presidente, Obama apenas a entoou, a capela.


Calava e calou, mais uma vez, os críticos, os assassinos, os genocídas, os hipócritas e convocou, também, novamente, da letra daquela música, o melhor de nós, a fé a partir da nossa esperança para dias melhores que viriam e virão. Instantaneamente, me lembrei daquele de 26 de junho de 2015, saudoso e esperançoso.


Porém, o terceiro ato de Amazing Grace se mostrou ainda mais enigmático. Talvez, seja reflexo dos dois primeiros eventos acima descritos, os quais me concederam a oportunidade de recuperar um outro das minhas memórias.


Diferentemente dos demais, esse pertence a uma primavera especial de férias, na qual visitávamos uma Igreja Batista do Harlem. Lado a lado, minha mãe, eu, meus dois irmãos e meu pai, hoje aniversariante, ouvíamos pela primeira vez, Amazing Grace, juntos e em família.


Feliz aniversário pai e que a graça sublime sempre esteja entre nós.


Amém!



Meu nome é Guilherme Frossard Romano. Sou paulistano de coração. Escrevo, fotografo e nas horas vagas administro empresas. Formado pela ESPM tenho predisposição pelo cinema e pela literatura latino-americana. Na minha cabeceira agora descansa o livro: Confesso que vivi, do insuperável Pablo Neruda. Meus vícios, não necessariamente nessa ordem, são um bom café e viajar pelo mundo.

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